sábado, 9 de julho de 2011

Das entregas...

Ah, a nudez de espírito...

É o acanhamento por causa dela que não permite as pessoas se entregarem à fé autêntica, a um amor verdadeiro. Talvez a maior dificuldade de nos "despirmos" diante de alguém por quem estamos apaixonados seja, não pelo ato de nudificar nossa alma, mas porque entregamos toda a fragilidade do nosso ser nas mãos de outro e entregamos também a ele o posto de guardião do nosso tesouro mais precioso (nosso coração) muito antes de criar coragem para falar... Jogamos para o alto o orgulho, a auto-afirmação, a autossuficiência, a confiança em nós mesmos; trocamos tudo isso pela simples possibilidade de a pessoa trazer mais sentido às nossas vidas, mais cor, mais alegria. Secretamente desejamos que ela tenha recolhido e guardado em seu coração tudo o que jogamos para cima e faça o mesmo para que tenhamos um elo de cumplicidade mútua. Depois do primeiro impulso, sentimos que podemos ser mais ousados e confiar nesse nosso cúmplice, mas ninguém disse que nos apoiando numa fragilidade humana poderíamos encontrar segurança. Penso que deve haver algo maior nas histórias de amor, de Amor de Verdade; não fosse assim, toda grande paixão avassaladora cheia de emoção teria final feliz - afinal, foram cúmplices de uma GRANDE loucura!

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