quarta-feira, 28 de novembro de 2012

felicidade

Certamente não está onde se procura
Pois não é coisa pra se achar

A felicidade pegou um avião
Foi viajar e não sei se vai voltar

Ela já andou por tudo que é canto
Já nadou por tudo que é mar

Em tanta planta e tanto bicho
Já se vestiu de flor, de terno olhar

A felicidade já ofereceu os braços
E você só deu a mão

Tudo por esse ferro de mente
Endurecer o coração...

Sonhos

Se os nossos sonhos não estiverem em sintonia com o sonho de Deus para nós, por mais que eles se realizem, serão sempre como uma crista se aproximando cada vez maior, a alegria crescendo e crescendo desesperadamente e, antes de nos afogarmos em tamanha sensação de gozo, a onda se esbarra na beira da praia e se quebra em nada. Talvez este seja o tédio da saciedade de que falava Álvares de Azevedo e que vejo em tanto rosto por aí.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Querido Deus


Que eu não me perca no caminho andando pelo mundo inteiro procurando o que o Senhor plantou no meu coração. Que eu não complique o que é simples, que me contente com a beleza do seu inexplicável, que jamais tente aprisionar na razão o que apenas um coração direcionado à sua vontade é capaz de saber. Que o Senhor não olhe para o meu pecado nem para minha iniquidade, mas olhe para minha boa vontade de querer apenas refletir a sua luz, proclamar sua palavra de esperança, transparecer o seu amor a toda criatura. Que o Senhor perdoe os caminhos tortuosos do meu coração, os vícios, as fraquezas. Você, meu Melhor Amigo, sabe muito bem quando e em qual buraco eu vou cair, mas jamais deixa de estender os braços e me pegar no colo. É assim que o vejo: um abraço terno e apertado do dono de tudo isso que podemos (e que não podemos) ver, saber, contemplar e sentir. 

Sempre sua, 

Karine.

Iminência de morrer

A iminência de morrer deveria ser, depois do amor incondicional a Deus, a verdade mais latente nos dias de todo ser humano. Ela, e só ela, é capaz de fazer cada dia único e intenso. Viver sem essa realidade correndo em nossas veias e galopando em nosso peito nos impede de enxergar a urgência de apreciar cada momento, ficamos anestesiados com a possibilidade rotativa do relógio, com a mudança de folha no calendário e cremos no mito do tempo-recurso-renovável. Viver sem a consciente iminência de morrer é, no mínimo, morrer na iminência de ter vivido. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

mergulho

Se não te lanças ao mar
Saberás jamais se era quente ou frio
Se diferente dum rio
Se indiferente ou amar.