quinta-feira, 2 de junho de 2011

Oração





"Só a Tua graça me basta, Senhor!"

Que posso eu dizer se não tenho aquilo que meu coração grita de desejo incessantemente? Se a Ti pedi todos os dias e quando deixei de clamar "direcionadamente", meu maior desejo me procurou. Ainda assim, nada posso garantir se não estou verdadeiramente com meu Senhor. Hoje venho justamente dizer que nada tenho a dizer além daquilo que já fora dito. Ontem no GOU a palavra ministrada foi daquelas que atravessam a alma: Mt. 7, 7-13

"Pedi e vos darão, buscai e encontrais, batei e vos abrirão;
pois quem pede recebe, quem busca encontra, a quem
bate lhe abrem. Quem de vós, se seu filho lhe pede pão, lhe dá
uma pedra? Ou se lhe pede peixe, lhe dá uma cobra? Pois se
vós, sendo tão maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos,
quanto mais dará o vosso Pai do céu coisas boas aos que lhe pedirem."

E não sou eu a insensata que, com as redes lotadas de peixes frescos diante dos olhos, só vê uma bela serpente diante de si e pede ao Pai justamente a criatura de peçonha? Será isso? Por mim mesma não posso responder a essas questões, por mim mesma não posso nem respirar. A única coisa que posso fazer por vontade própria, por desejo ardente de criatura, é aquietar meu coração sob as asas divinas, elevar minh'alma em oração e, ainda que indignamente, ouvir mais uma vez aquela Voz.
Não há nada em mim que seja verdadeiramente meu, mas o que há aqui é digno de glória se posto a serviço da Obra Celeste para a salvação deste mundo. Jesus, meus olhos vertem lágrimas ao chão, mas Tu bem sabes que meu desejo é que elas fossem a Ti, em vez de descer, subissem. A indignação perante o sofrimento alheio daqueles que não O veem corroem minha alma dia após dia quando vejo as pessoas negando Teu infinito amor e mendigando pequenas sensações de prazer nas baladas, nas "ficadelas", nas bebedeiras... E hoje venho em prantos dizer que eu vi! Sim, eu vi! Vi que eu também sou uma destas pessoas que negam Teu amor toda vez que choro por não habitar num coração alheio, sendo que meu desejo autêntico e único deveria ser habitar onde eu habito: em Teucoração. Toda vez que insisto em me oferecer como um pedaço de pão a alguém faminto no deserto, sou a tentação desta criatura; não contribuo com nada para sua santificação; não contribuo com nada para seu crescimento; impeço-lha de se voltar a Ti em oração e ouvir Tua Voz. Só por esse motivo, eu já deveria ter o martírio eterno - por desviar um filho Teu do Teu caminho - e tantos outros motivos Tu tens para me condenar perante qualquer um que deseje rir de mim! Ai, Paizinho... Não vou mais fazer isso. Pois a única coisa que meu coração pode almejar é a Tua graça, é Tua bênção, Tua simples existência. Eu não posso, de modo algum me entristecer com Tua "ausência de resposta", com Tua "insensibilidade" para comigo se Teu amor já fora provado muito antes de eu nascer. A verdade é que EU é que devo provar meu amor por Ti com orações a todo tempo, com atos de caridade constantes, com um olhar amoroso aos que me cercam, com uma conduta reta aos que me veem. De modo que a única coisa que possa ser abstraída de mim seja Tua imagem e semelhança, a ação de Tua graça...

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