domingo, 15 de maio de 2011

Fiat Lux!



Quando penso que posso fugir daquilo que a mim já fora designado, uma força externa me puxa para cima, me tira da lama, me liberta da ilusão e me permite ver que o que quer que eu sinta, que almeje ou que deseje intensamente será menor do que o que Deus tem reservado para mim.
Quando o pensamento já está roto com tantas informações disparadas de todas as direções, o coração dilacerado por decepções sucessivas e não há nada em que se apegar. É nessa hora que toda e qualquer oferta é tentadora a qualquer um nesta vida, tudo parece atraente e promissor. Mas pense bem! Qual será a recompensa para cada pequeno ato que você possa fazer? Se a recompensa for menor que o ato, reveja... Talvez não seja este o caminho certo, pois Deus age nas coisas simples: na candura de um olhar, você pode trazer a esperança a uma vida perdida; com palavras de sabedoria, você pode mudar um (ou vários) futuros. Mas com atitudes... Você pode ficar em silêncio e quem prestar o mínimo de atenção não precisará de mais nada para saber o que é que o move.
Eu falo isso porque estou passando por uma situação assim: sinto muita dificuldade para testemunhar, sem me isolar do mundo, aquilo que aprendi; viver no mundo sem ser "mundana"; aproximar as pessoas da luz e não afastá-las de mim. Confesso que por muitas vezes senti vergonha de minha fé. Deixei-me levar pelas circunstâncias sem impor meu desejo maior como condição necessária para que algo acontecesse - e isso não foi de todo ruim, mas também não foi bom o suficiente para elevar meu coração a Deus.
Às vezes me sinto uma lente tentando focar tudo o que está à volta para ser mais eclética, mas esqueço que uma lente se foca em apenas um lugar e permite que se veja somente o que está dentro de seu escopo visual. E eu sei que "sou" essa lente que consegue focar só uma coisa e, por isso, não é capaz de ser muito versátil. O lado ruim disso é que muito passa ao meu redor e eu não vejo. O lado bom é que aquilo que eu vejo agrega um valor todo especial.
Quero focar a luz. Ser transparente como uma lupa. Iluminar onde vivo. E todo o restante não mais me importa. Antes consumir-me feito brasa e levar a Boa Nova a toda criatura a permanecer intacta num recinto lúgubre que tanto necessita de uma pequena fagulha. Que meus atos não sejam controversos às minhas palavras. É o que eu mais almejo hoje. Que assim seja, amém!

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